Fanfic: Ultimate DC 02 de 07



Capítulo 02 – Lendas Cósmicas

Quatro caças da Força Aérea americana cortam o céu a uma velocidade supersônica.

John Stewart:
- Por que será que na sessão de instrução os oficiais não mencionam que a trinta mil pés de altura, quando a cabine começa a despressurizar a primeira coisa que você sente é esse frio de congelar o saco?

Marvin:
- Noções básicas e elementares de como se impedir o próprio falecimento vem sempre primeiro, depois para quê estragar a surpresa de os novatos descobrirem esse tipo de coisa sozinhos? Agora se você puder se concentrar em apenas escaparmos daqui, quando estivermos a salvo em casa e seguros demonstraremos toda boa vontade do mundo em continuar ouvindo histórias acerca das suas sensações genitais.

John Stewart:
- Pode relaxar a pressão sanguínea cardíaca Marvin, você está mais a salvo do que se estivesse no colo da sua mãe. Aqueles babacas estão comendo poeira há quatro curvas atrás. Agora podemos diminuir a velocidade um pouco? Há cinco minutos a fuselagem e o motor estão rangendo inquietantemente. Mais uns cinquenta segundos nesse ritmo e acho que a pressão atmosférica aqui vai me descascar até as cuecas.

Marvin:
- Nem pensar, soldado. Ainda estamos sobrevoando espaço aéreo estrangeiro. Preciso lembrar que somos intrusos aqui sem nenhum tipo de autorização legal? Se formos pegos não temos garantia de nada.

John Stewart:
- Nós somos toda a garantia de que você precisa, cara. O esquadrão classe A, os matadores, a equipe de extermínio. Diz aí, Lily?

Lily:
- Estou com o Stewart, Marvin. Eu e Arthur também achamos uma sensata atitude desacelerar quando o avião te dá todos os sinais de que dois minutos no atual ritmo são mais do que a maquina vai suportar antes de se desmanchar feito um castelo de cartas.

Marvin:
- Parece que sou voto vencido aqui. Só para oficializar Arthur, me deixe ouvir da sua boca. Suas reclamações aí atrás geralmente são meu único indicio de que você ainda não levou um tiro. Arthur? Arthur?

Marvin, Lily e Stewart se voltam a tempo de ver o avião de Arthur explodir.
Atravessando a cortina de fumaça emergem três jatos arraia negros, abrindo fogo.

Lily:
- Ah, meu Deus! Alguém tem um plano?!

John Stewart:
- Eu. Escapar com vida daqui!

Os três jatos americanos têm sua fuselagem perfurada pelas balas e voltam a se espalhar pelo ar.

Marvin:
- O armamento deles é muito superior ao nosso! Taticamente já estamos derrotados!

John Stewart:
- E como a velocidade deles também é superior, bater em retirada não é uma opção! – começa a abrir fogo contra o caça inimigo que está no centro. O alvo resiste e Stewart aumenta a carga e sustenta.
Marvin e Lily também apontam suas armas para o mesmo alvo e disparam a toda carga.
Finalmente o caça explode. Os dois restantes atiram sem parar. Stewart, Marvin e Lily se esquivam.

Lily:
- Não sei vocês, mas eu não tenho nem mais uma única bala aqui!

Marvin:
- Eu também não, gastei tudo!

John Stewart:
- Também estou zerado, mas um já era, só faltam dois. Vai dar pra vencer!

Marvin:
- Vencer de que jeito?! Estamos de mãos abanando aqui!

John Stewart:
- Eu não. Tenho minha força de vontade. E não estou com um pingo de medo.

O avião de Lily é alvejado e mergulha descrevendo no ar uma trilha espiral de fumaça. No final da trilha aparece o paraquedas de Lily se abrindo.
O jato de Stewart desenha uma curva circular horizontal e começa a ganhar distancia. Um dos caças inimigos o persegue.

Marvin:
- Filho da mãe, jogou a toalha e deu no pé me largando aqui! Stewart, ele é mais veloz do que você!

Stewart faz seu jato girar em torno do seu próprio eixo feito um pião enquanto ziguezaguea pelo ar. O caça inimigo desajeitadamente tenta segui-lo.

Marvin:
- Ah meu Deus, ele é maluco?

Numa das curvas o caça inimigo não consegue desviar a tempo e se choca contra uma montanha.

John Stewart:
- Ser rápido demais também pode ser um defeito.

O último dos caças inimigos avança na direção de Stewart, abrindo fogo.
O avião de John Stewart descreve uma curva no ar e se joga na direção do oponente, a toda velocidade que pode.

Marvin:
- Ah meu Deus, ele é maluco!

O jato americano e o caça inimigo se chocam no ar e se desfazem ambos numa bola de fogo, que segundos depois é substituída por uma espessa nuvem de fumaça negra.

Marvin:
- Nãaaaao!!! Stewart!!!

John Stewart cai de pernas e braços abertos, estatelado contra o vidro da cabine de Marvin, ficando os dois com os rostos na mesma altura
- Sim, eu. O que é?

Marvin:
- Você é um completo maluco!

John Stewart:
- Eu escuto isso o tempo todo. Cara, sabe de uma coisa?

Marvin:
- O quê?

John Stewart:
- Agora é a bunda que está congelando.

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Escritório do General Lane.
John Stewart, Marvin e Lily, os três trajando suas fardas da Força Aérea americana cruzam as mãos nas costas e olham para o chão enquanto à sua frente o general Lane, de charuto na boca, despeja grosseiros insultos pessoais, expondo amplamente todo o seu desagrado.
O general é um homem branco, beirando os sessenta anos de olhos azuis e vasta cabeleira e bigode brancos. Ele é o segundo homem mais alto na sala.
Stewart é negro de cabeça raspada, porte atlético e razoavelmente alto, embora não tanto quanto o general.
A única mulher do recinto, Lily é de ascendência oriental e estatura mediana, bonita, usa um discreto batom rosa claro e traz seus longos cabelos negros brilhantes presos num coque irretocável, austero e formal.
Marvin é o homem mais alto do grupo, muito alto e musculoso, branco pálido de cabelos loiros claros, quase prateados e dois estreitos olhinhos verdes.

General Lane:
- Três completos idiotas!  Têm a mínima noção do que vocês fizeram?!

Lily:
- Permissão para falar, senhor.

General Lane:
- Negada! Quase criaram um incidente internacional! Sofrerão todas as punições e penalidades que eu puder lhes infringir, suas amebas descerebradas! A única coisa que eu quero é saber se existiu um líder. Foi ideia de uma pessoa especifica? O responsável existe para ser responsabilizado, se houve um líder então apenas ele será punido e deixarei os outros dois saírem livres. Houve um líder?

Os três ostentam um silencio impenetrável.

General Lane:
- Pois bem, então. Capitão Marvin, você está agendado para o teste do jato supersônico experimental da NASA ao qual o presidente estará presente assistindo. Cumprirá o protocolo conforme ajustado. Depois disso o seu rabo e de seus dois comparsas é todo meu. Aproveite seus últimos dias de paz antes de começar a sentir na pele o peso do meu descontentamento. – sai.

Marvin:
- Uau. Passou raspando, não foi?

John Stewart desfere um soco no rosto de Marvin, quebrando-lhe o nariz
- Seu idiota!

Lily:
- John, não! – corre até Stewart e o segura, se colocando entre os dois.

Marvin com o corpo curvado se apoia na janela com uma mão enquanto a outra segura o rosto coberto de sangue.

John Stewart:
- Você matou o Arthur, seu desgraçado!

Marvin:
- John, se acalme por favor...

John Stewart:
- Que raio de ideia idiota foi essa de arrastar seus três subordinados imediatos a uma incursão ilegal e suicida num país hostil do Oriente Médio?!

Marvin enxuga o sangue na própria camisa
- Stewart, se acalme, é uma ordem do seu capitão! O primeiro eu deixei passar de graça, o segundo vai sair caro. Você está perigosamente perto da insubordinação.

Stewart acerta um chute no meio das pernas de Marvin, que cai de joelhos no chão. Em seguida um soco com as duas mãos juntas na nuca, derrubando o colega no chão.
- Isso é o suficiente para eu ser considerado merecedor de algumas respostas? Que diabos fomos fazer naquele lugar?

Marvin:
- Quer mesmo saber? Fui entregar uma encomenda.

John Stewart:
- Encomenda? Encomenda de quê?

Marvin:
- Armamento. Vendi algumas coisinhas para os Sírios, para a Coreia do Norte e para a China.

John Stewart:
- Está me dizendo que Arthur morreu porque você é um verme escroto suficientemente desprezível para estar traficando armas militares americanas para nações estrangeiras hostis?

Marvin:
- Esta seria uma forma demasiadamente rígida e maniqueísta de se rotular uma situação que tem muitas nuances e “poréns” a serem compreendidos.

John Stewart dá um chute nas costelas de Marvin caído no chão, que se encolhe
- O senhor é um grandessíssimo canalha, capitão. Permissão para me retirar, senhor. – lhe dá um chute no rosto, terminando de estraçalhar o que restava do nariz de Marvin. Então sai.

Lily se ajoelha e ajuda Marvin.

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Pista de voo para jatos experimentais da NASA.
Um vistoso jato prateado ocupa o centro das atenções de uma plateia que abriga políticos, cientistas, militares de alta patente e repórteres que apontam suas lentes e holofotes para o protótipo caro apresentado hoje.
Encostado numa porta ao fundo, John Stewart observa de braços cruzados.

Lily se aproxima:
- John?

John Stewart:
- Lily. Não está fazendo companhia ao seu amigo capitão no grande dia dele?

Lily:
- Na verdade Marvin me pediu para vir até aqui para lhe dizer que ele sente muito.

John Stewart:
- Uau. Marvin sente muito. Excelente. Vamos contar ao Arthur e ver se isso basta para fazer o homem se levantar da sepultura.

Lily:
- Não, é serio. Marvin foi o maior idiota do mundo. Ele tem uma filha única de sete anos de idade que tem quatro tumores malignos na cabeça. A criança já ficou cega e perdeu os movimentos das duas pernas. Os médicos dizem que por três milhões de dólares é possível ter alguma esperança. A mãe da menina, que teve um parto problemático e hoje não pode mais ter filhos, agora não consegue dormir sem uma combinação de três ou mais diferentes sedativos de tarja preta. Ainda assim, o Marvin foi o maior idiota do mundo. Ele já imprimiu uma confissão escrita contando toda a verdade e se responsabilizando por tudo. Estará nas mãos do general Lane amanhã de manhã. Não hoje para não estragar para o general o grande e mui aguardado dia do teste do superjato experimental do presidente. Marvin sabe que vai ficar em detenção ou ser expulso, mas eu lhe disse que é a única atitude ética possível a ser tomada. E por hoje você vai pilotar o avião no teste.

John Stewart:
- Eu? Mas essa é a maior honra que um soldado...

Lily:
- Nós concordamos que de nós três você é o único com dignidade suficiente para ter direito a fazer isso.

John Stewart:
- Lily, eu... Não sei o que dizer...

Lily:
- Não precisa dizer nada, John. Só vá até lá e mande ver.

Encostado a uma janela no fundo do salão, afastado dos outros, Marvin faz um sinal positivo com o polegar para Stewart. John Stewart retribui o gesto com um sorriso sem jeito e se dirige para o centro do recinto, onde o general Lane já começou a apresentação.

General Lane:
- ... E finalmente observamos a demonstração, com o nosso valoroso capitão Marvin McParson. – se vira e vê John Stewart subindo no jato – Hã... Digo, do valoroso soldado John Stewart! Esse projeto bélico é nossa arma definitiva para acabar com as guerras e não poderíamos escolher para a tarefa soldado mais valoroso.

John acena para a plateia, entra no jato e afivela o cinto.

Marvin caminha até Lily e sussurra ao ouvido dela
- Você fez?

Lily:
- Sim. Sutil e delicado, ninguém nunca vai descobrir. Um botãozinho apertado por engano, uma chavinha acidentalmente ligada e o motor triplica a potência. John vai ligar a nave e antes de piscar vai haver entrado em orbita lunar. Uma perda lamentável porque algum técnico ao refazer um teste de rotina preparatório para hoje se esqueceu de desligar um botão depois.

Da cabine Stewart faz sinal positivo com o polegar para os dois.
Marvin e Lily sorriem e retribuem o sinal.

Marvin:
- Que pena. Eu gostava dele.

Lily:
- Eu também. Mas gosto mais do dinheiro que os nossos amigos do Oriente Médio nos dão. Você não?

Marvin:
- Está brincando? Podiam estar meu pai e minha mãe ali, não estou nem vendo!

John Stewart liga o jato e dá a partida. Na turbina explode uma bola de fogo que catapulta a nave numa subida diagonal estonteantemente hiperveloz.

O general, com seu quepe derrubado pelo vento da arrancada e o rosto todo coberto de fuligem negra dirige um sorriso forçado à plateia de espectadores.
- Hã... Isso é que é um motor potente, não é?

Um rastro de fogo, um risco flamejante no céu demarca a trajetória absurdamente veloz da nave que segundo a segundo se vê impelida a uma altura cada vez mais estratosférica. Então, no final do rastro aparece a bola de fogo da explosão, longe demais para ser ouvida. O abalo e o terror percorrem o rosto do general Lane e da plateia. Marvin e Lily reagem com a cínica dissimulação necessária.

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Um deserto de areia vermelha.
John Stewart abre os olhos e contempla o céu negro estrelado. Ao se pôr de pé vê seu corpo nu e a paisagem de desertos e montanhas escarlates. Nenhum sinal de cidades ou quais quaisquer obras das mãos humanas. No horizonte noturno estrelado, no lugar onde deveria estar o Sol encontra-se uma familiar esfera azul circundada por sua atmosfera de oxigênio, com seus continentes visivelmente recortados contra o vasto oceano.

John Stewart:
- Enlouqueci. É a única explicação.

Das sombras uma fraca voz responde
- Não. Você ainda está mentalmente são, John Stewart.

Stewart:
- Quem... ?

A visão é um tapa na sua cara, metaforicamente falando. O interlocutor é apenas vagamente humano. Pouco menos de um metro de altura, aspecto de um chiclete verde mastigado. Bracinhos e perninhas curtos ao lado do tronco, grandes olhos esbugalhados com o triplo do tamanho de olhos humanos e um vão negro fazendo as vezes de boca.
John Stewart corre até o disforme corpinho verde estirado no chão
- Ah meu Deus, você está bem? O que aconteceu? Foi algum acidente ou...

Jonn Jonz:
- Minha aparência não se deve a algum acidente de qualquer natureza, John Stewart. Meu povo possui, ou melhor, possuía essa exata aparência. Chocante para seus olhos humanos, não é? Éramos três mil e seiscentos, todos iguais a mim, ocupando todo esse mundo. Hoje só restei eu. Meu nome é Jonn Jonz.

John Stewart olha para a areia e as montanhas vermelhas e para o planeta azul cintilando no horizonte
- Estou em Marte?

Jonn Jonz:
- Marte? Ah sim, é como vocês chamam na Terra. Marte. Nós nativos chamávamos de OA. O centro do universo. Vê isso que hoje é um cinturão de asteroides? Tempos atrás era o planeta Krypton. Minha raça, a mais antiga do universo, habitava OA, a maior das luas de Krypton, e dela vigiávamos toda a criação. Nos chamamos a nós mesmos de Guardiões do Universo. Assistimos florescer no planeta ao qual nosso lar orbitava uma raça singular: Os Kryptonianos. Fortes, poderosos, impiedosos e guerreiros por natureza. Os acompanhamos com interesse. E no planeta ao lado, a Terra, um capricho da mãe Natureza fez nascer a raça dos humanos, fisicamente idêntica à Kryptoniana, embora sem a mesma força. Mas os humanos sempre evoluíram. Em um momento do tempo, no local que você conhece pelo nome de Grécia, um grupo de humanos se destacou e evoluiu além de todas as expectativas. Eram seres especiais. Homens que por seus feitos e natureza exigiam o nome de deuses. Zeus, Poseidon, Ares, Atena, Hercules. Desenvolveram uma força que rivalizava com a dos Kryptonianos. O choque foi inevitável. A guerra ameaçava devastar toda a galáxia. De um lado o panteão dos deuses gregos e do outro um exercito de super-homens kryptonianos. Incontáveis inocentes foram atingidos até que os Guardiões do Universo intervissem. Acionamos nossa equipe de elite, a Tropa dos Lanterna Verdes, a qual criamos para ser a Policia Galáctica. Seguiu-se uma cruenta carniçaria inimaginável. Os deuses gregos foram todos mortos e hoje a sua existência é tida como mito na Terra. Nossos Lanterna Verdes se juntaram e emitiram uma só rajada mortal com seus poderes combinados e explodiram Krypton. Paralelamente um ataque kryptoniano vitimou maus irmãos. Só restei eu. Os Guardiões do Universo pereceram e a tropa dos Lanterna Verdes junto perdeu seus poderes, desaparecendo completamente. Sinestro foi nosso primeiro e maior tenente, nunca imaginamos que seu coração se deixaria seduzir pela ganância e ele viria a nos trair, firmando uma aliança com nossos inimigos. Sinestro desativou por dentro o campo de força e demais mecanismos de defesa do salão central do palácio dos Guardiões em OA. Eu matei Sinestro com as minhas próprias mãos, mas o estrago já estava feito. O palácio foi pulverizado e todo o planeta estremeceu com o baque, toda OA se tornou um deserto estéril. Morreram todos os deuses gregos, todos os super-homens kryptonianos e todos os Guardiões do Universo. Estou sozinho sentado nesse deserto esperando há cerca de sete mil anos terrestres.

John Stewart:
- Esperando? Esperando o quê?

Jonn Jonz:
- Aparecer alguém como você. Me dê sua mão.

John Stewart:
- Minha mão? – a estende – Mas o quê... ?

Jonn Jonz abre sua mão e dela voa uma esmeralda do tamanho de uma uva. A esmeralda pousa sobre o dedo indicador de Stewart e expande um elo lateral até completar a volta e ficar preso ao dedo.

John Stewart:
- Um anel?

Jonn Jonz:
- Não, não um anel, sua mente está tentando transformar em algo que você seja capaz de compreender. Não é um anel, é uma estrela compactada. O poder de uma estrela de primeira grandeza na palma da sua mão. Luz estelar verde presa num campo gravitacional. Use para fazer construtos, cria virtualmente qualquer coisa que você seja capaz de imaginar. Era como faziam nossos Lanternas Verdes. Esse é o último, use-o bem.

Stewart:
- Por que eu?

Jonn Jonz:
- Estou há sete mil anos terrestres aguardando a chegada do lendário cavaleiro de coração puro e vontade inabalável. Mas como parece que ele não vem mesmo, serve você, vai! Um homem suficientemente cabeça dura para ser capaz de dobrar a luz de uma estrela com a sua mente. Toda lanterna usa uma bateria, mas esse anel não possui bateria alguma. A bateria é você. Ele se alimenta da sua mente, da sua força de vontade. Isso vai te exaurir mais do que qualquer atividade física iria, você sentirá necessidade de dormir mais e se alimentar em dobro do que faz agora, dará dor de cabeça e se forçar além da conta pode virar um aneurisma. Não vou mentir, é tanto uma benção quanto uma maldição. Você receberá um grande poder, mas todas as coisas nessa vida têm um preço.

John Stewart:
- E se eu disser não?

Jonn Jonz:
- Não vejo que muita escolha você possua. Você está morto agora. Seus amigos Marvin e Lily te mataram na explosão do jato. A Lanterna Verde está mantendo suas sinapses ligadas. Tire o anel e seu cérebro desliga, o coração e o pulmão param e você vira comida de minhoca.

John Stewart pára, hesita e respira fundo. Então levanta no ar a mão com o anel e surge uma bolha de luz verde em volta dele e de Jonn Jonz.
- Você está ferido. Vamos para casa.

Jonn Jonz:
- Até que enfim! Aprecio deveras um prato terrestre chamado cordeiro assado com molho de gengibre e cebolinha. Vocês terrestres ainda comem cordeiros assados com molho de gengibre e cebolinha?

A esfera verde luminosa contendo os dois levanta-se no ar e arranca na direção da Terra.

John Stewart:
- Vou ver o que eu posso fazer. Marcianos falam inglês? Não devia ser marcianês ou coisa do tipo?

Jonn Jonz:
- Estou falando por telepatia, projetando as palavras dentro da sua mente.

John Stewart:
- Está aí uma ideia maluca. Não que tenha sido a única coisa maluca que eu ouvi hoje. Que história você me contou! Uma guerra cósmica milênios atrás com deuses gregos do Olimpo, super-homens alienígenas e uma polícia galáctica que usa estrelas verdes como armas? Está aí um conceito absolutamente perturbador! Ainda bem que os dias de coisas assim já passaram, não é Jonn Jonz? Jonn Jonz? Os dias de coisas assim já passaram. Não é?

Fim do capítulo 02
A Seguir: Princesa Diana, filha dos deuses.

  
- Ítalo Azul - 

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