INJUSTIÇA: CONSTANTINE ENTRE NÓS: ANO III

 

Se você como eu, se empolgou com as batalhas sangrentas do universo DC a comando do Super-Homem em sua retribuição a impunidade de Ano I, ficou ainda mais instigado com a intervenção dos Lanternas Verdes, levando a uma das mais brutais batalhas dos quadrinhos, saiba agora, o quanto conseguiram deliberadamente, transformar uma das séries mais lidas da DC dos últimos anos (até mesmo por quem diz detestar a DC) em uma história rasa do Constantine, que te faz de bobo, além de banalizar com pílulas em lutas sem sentido, todo conflito ideológico do Super-Homem com o Batman. Para não dizer que a série foi de toda ruim, vamos ser otimistas e dizer que o fim dela realmente foi quando o Tom Taylor saiu dos roteiros na edição #14. Mas vamos lá...



Ano II terminou com o gancho do Super-Homem agora possuir o anel amarelo, tendo em seu lado pesos pesados como Hal Jordan (atualmente Lanterna... Amarelo), Sinestro e posteriormente o quase invencível “Espectro”. Paralelo a isso, um grande (se não o maior) personagem da Vertigo, o Sr. Constantine, caminha vendo a destruição da luta contra os Lanternas, com suas “análises” em recordatórios, John vai servindo de novo protagonista em toda a história. O problema é a natureza do personagem que não casa muito bem com toda a proposta, seria como pegar o Justiceiro do selo Max roteirizado pelo Garth Ennis e colocar numa megasaga lutando ao lado do Quarteto Fantástico, é o tipo de coisa que fica um tanto deslocada. John já chega como o dono do pedaço, perto dele o Batman é só um fantasiado qualquer sem ter muitos planos “um homem adulto brincando de se esconder nas sombras”, o que faz com que Constantine tenha todas suas ideias aceitas, tornando “JC” o maior opositor do Super-Homem.


 “Ah, tem que dar espaço para mais personagens, não é só ficar com o Batman não”. Concordo plenamente, tanto que em Ano I a divisão de espaço entre as vozes dos times era bem melhor elaborada, Flash era um contraponto com possuidor de um raciocínio que acompanhava a velocidade revolucionária de Kal-El, Damian Wayne contestava os métodos manipuladores do pai, Aquaman era uma ameaça a todo o império, Lex Luthor tinha vários planos... Tudo se foi. Fica a sensação de falta de vontade em criar, apenas indo acrescentando mais personagens futuramente “jogáveis” e fim da história. Decisão editorial? Mudança de time do Tom Taylor? (que a propósito, está fazendo um Homem de Ferro muito bem inscrito na Marvel atualmente) fica ao leitor mais detalhista ao menos se contentar com referências ao nocaute de uma página que Guy Gardner sofre pelo Batman, ou as respeitosas menções ao “Reino do Amanhã” e “Para o Homem que Tem Tudo”. 


A ideia final que Taylor passa, é a realista ( e incômoda para alguns) possibilidade de que de uma forma ou outra, um dia o Super-Homem se posicionaria de forma incisiva perante a humanidade, ou mesmo seus descendentes, no caso, fica a suposição de sua filha (Alguém ai falou em Cavaleiro das Trevas 2?). Mesmo que apressadamente, Injustiça colocou de maneira criativa, a corresponsabilidade da sociedade super-heroíca com a vilania, mostrando tranquilamente que enquanto vilões sobreviverem, eles naturalmente corromperam heróis, ao passo que esses, quase nunca redimiram alguns. Infelizmente.


Ops, quis dizer na verdade isso:






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