LUTAS QUE ENTRAM PARA A MEMÓRIA DOS LEITORES: HULK V.S THOR




Roteiro: Jim Shooter
Desenhos: Erick Larsen

“O discurso de um selvagem não perturba um deus.”

Algo que quase nunca cansa, mexe com o imaginário dos leitores há décadas e sempre causa discussões do tipo “quem é o mais forte”. Só que aqui eu trago uma história que eu li em formatinho da Abril, pelas letras miúdas diz ser de 86 e mostra um confronto de macho mesmo entre o monstro e o deus, com consequências de batalhas que rivalizam com as do filme Homem de Aço.

Talvez esse confronto tenha uma grande história da criação envolvida, que infelizmente desconheço, posso supor que tenha sido elaborada como serviço aos fãs de quadrinhos. Vale ressaltar que aqui temos o nosso Hulk clássico “irracional” que almeja ser o mais forte que existe, contra o Thor clássico, que fala em terceira pessoa e possui uma luta interior entre sua nobreza de deus, e seu orgulho de guerreiro. Thor está passando por um sentimento de falta de desafio quando por ironia do destino (não o Victor Von Doom dessa vez) um policial diz que ele quer ação, que vá atrás do Hulk que está em determinado ponto da cidade, obviamente, depois de lá ter destruído alguma parte. Thor fica contente com o desafio e vai para a batalha com a vontade de “desempatar” o placar deles.


Ao começar o confronto, a fúria do Hulk encontra um páreo duro contra mjornir, que é usado de maneira magistral por Thor em golpes que atingem preferencialmente o queixo ou a nuca. Apesar de ser desenhado por Eric Larsen, visualmente não se parece com algo desenhado por ele, já que esse artista é conhecido mais por visuais caricatos, e aqui temos figuras mais realistas a estilo de John Byrne e Sal Buscema.

Hulk percebe a desvantagem que as marretadas trazem para ele e chama Thor para uma luta justa sem marreta, Thor recusa e Hulk faz uma refém.

Acuado, Thor joga Mjornir a uma longa distancia, para que demore a retornar a sua mão, tendo que enfrentar o gigante esmeralda desarmado. O que temos a seguir é um combate de fazer inveja a muitos filmes extremamente caros de Hollywood, só que diferente de alguns filmes que nós vemos, aqui é mostrado parte do pânico que as pessoas sofreriam ao ver dos titãs como eles colidindo-se no coração da cidade. Prédios caem, carros são destruídos, praças são desestruturadas, a destruição chega ao ponto de Thor repensar sua ação de lutar com o Hulk e simplesmente fugir para que inocentes não começassem a ser feridos, porém seu pensamento é impedido por seu orgulho de guerreiro que não recua ante qualquer batalha.
Hulk aqui se mostra um adversário cruel, utilizando quase que todos os cenários como armas para esmagar Thor, mal dando tempo para que ele respire após cada porrada. Thor luta bravamente, só que enquanto Hulk está ileso, Thor sente parte de sua mortalidade ao sangrar várias vezes. O combate chega ao ponto de Hulk esmagar Thor com um trem inteiro como se fizesse uma cesta de basquete de 3 pontos! E Thor, cambaleando, levanta e continua a lutar (Estilo Rocky). Depois da boa surra levada bravamente, o martelo retorna, e Hulk sente temor, provoca sobre o martelo e Thor o lança ao chão mais uma vez, e diz a Hulk que pode vencê-lo de mãos nuas! Diante de tal valentia e espírito de guerreiro, Hulk demonstra seu respeito (a sua maneira) e parte.
FATALITY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um roteiro simples a primeira vista, ou que possa ser acusado de apenas entregar uma luta, mas na minha concepção uma ótima demonstração do tipo de histórias da Marvel que encantou gerações, incluindo a mim. Eu realmente vejo impacto nesse confronto, e falo isso como quem chega a se entendiar em determinados momentos de Vingadores 2. Temos um deus, um monstro e a provocação do escritor em lhe perguntar sobre o que faz de um ser um monstro? É o orgulho que deixa irracional e trará sua fera interior? Seu egoísmo? Desejo de vingança? Sua falta de nobreza em admitir que mesmo certo, as vezes não se vale lutar certos confrontos? Existem outros contos do fundo do baú da Marvel que pretendo colocar aqui, aguardem por mais.



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Até o próximo.



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