América-Robert Crumb



Opinião:
 Robert Crumb parece ser aquele tipo de artista que, ou você ama ou detesta. Dificilmente achará um "meio termo". Talvez uma das obras que mais evidencie isso seja América, uma revista com várias tiras antigas sobre a sociedade americana. Não demora muito para encontramos Crumb reclamando que detesta muita coisa nos EUA: Não gosta dos capitalistas e de grandes empresas, movimentos radicais, a cultura jovem daquela época, pessoas que gostam e andam na moda, aviões, arquitetura e expansão imobiliária, "ralé" branca, pretos "estilo negão", etc. 



 Resumindo, como o mesmo se desenha falando...ele  não gosta de quase nada! E quando tenta explicar o que faria o país melhorar, acaba se sentindo inseguro, concluindo que está tão confuso como qualquer outro cidadão americano e que é um assunto complexo demais para resolver. 

 
 Até aqui, ainda encontramos um pouco (só um pouco mesmo) de sensatez, mas depois tudo desanda, e o que deveria ser uma crítica produtiva, se torna um motivo para estereótipos negativos demonstrados na grande maioria dos títulos, citando alguns exemplos: Quando os Negões Dominarem a América e Quando os Malditos Judeus Dominarem a América. 

Por incrível que pareça, ainda é possível, com muita dificuldade, ler tiras inteligentes como a sátira Frosty-O Boneco de Neve & Seus Amigos, Lixo: O que Jogamos Fora, Whiteman, Simpósio do Dia Espacial e Aponte o Dedo; este último tenta "pisar no calo" do famoso empresário Donald Trump, possuindo dois finais: um realista e outro fantasioso, acompanhando uma citação reflexiva: "O método da natureza é tirar dos que têm demais e dar aos que têm de menos. O método do homem, pelo contrário, é tirar dos que têm de menos e dar mais ainda aos que têm demais." [Lao Tzu, cerca de 500 A.C]. 

Mas a maioria das críticas não costumam ser construtivas. Confesso que lutei contra o extremo pessimismo das tiras para continuar e enfim, chegar até o final. Crumb usa o mais puro ódio para generalizar os americanos, e no final das contas, o leitor se depara com um EUA fútil, alienado e dominado pelo medo, onde aparentemente, a melhor solução para resolver os problemas...é não se importar. 

Conclusão: Péssimo - Ruim - Regular - Bom - Ótimo



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