THE PULSE (JESSICA JONES?) #01 - #14


Eletrificado pelo sucesso contra todas as apostas de Ultimate Spiderman, Brian M. Bendis “desenterrou e atualizou” vários dos personagens que hoje brilham ao “público civil”, sendo dois deles Jessica Jones e Luke Cage. Logo o careca estaria pondo as pesadas mãos nos Vingadores e o resto é história, estando ele até hoje na Marvel, como o fiel “faz tudo” da editora há quase 20 anos, mesmo que com histórias por vezes lhe prestem um desserviço a sua reputação, o deixando afamado de ser “o cara que só sabe escrever diálogos em excesso, prometer um grande final e entregar só alarde”.

Mas seu casal particular, os “Cages”, perduram como uma das poucas escritas que permaneceu sólida até hoje vindo dele, talvez até a única, visto que nem o Peter Parker do universo ultimate restou. Com um “Q” de Marvels, essa relação que culmina em um bebê é a força motora maior desses 14 números, por mais que aja excessos e tropeços com sagas megalomaníacas, tire a fumaça e o incêndio em volta, e tudo o que teremos será um conto puramente Marvel, onde por de trás das “máscaras” encontraremos seres humanos que se preocupam, sofrem, nada ficando superiores a nós.

#01 - #05: AR LEVE

Roteiro: Brian Michael Bendis
Desenhos: Mark Bagley

“Meu nome é Terri Kidder. Eu vou ser despedida.”

Um cadáver abandonado jaz em um reservatório de água, exposto ao público do Central Park, tal qual uma bolha prestes a estourar, ele fará muitos “podres” do universo Marvel serem remexidos, atendendo a principio pelo nome de: Norman Osborn. Em duas outras narrativas, um desacreditado, -- e por quê não desesperado com seu trabalho – Ben Urich, amarga uma possível demissão e esquecimento, enquanto Jessica Jones pensa em uma vaga no Clarim Diário um tanto peculiar. É dessa premissa alternante, que BMB tentar dar alguns passos já ousados dentro do universo tradicional da editora, seu pecado, entretanto, é inicialmente escrever de forma que os personagens parecem ser do "ultiverso", a escolha do próprio Bagley fica em parte desconfortável, por algumas representações suas seguirem essa “falha” do Bendis. Vale mencionar também, que na busca por “quebrar tabus”, algumas resoluções do arco, apesar de engraçadas, podem soar um pouco... “forçadas” demais, embora, essencialmente, podemos classificar essa leitura como a introdução de Jessica Jones e Luke Cage como casal nesse universo, ideia usada antes na famosa série “ALIAS” da Marvel Max. Destaque positivo para Bem Urich, e negativo para Norman Osborn, que apesar do protagonismo, age de forma excessivamente aleatória, mesmo se tratando do “Duende Verde”. Esse primeiro arco será reimpresso em encadernado da Salvat, capa vermelha, como mostra esse post do Roger.



Nota: 6.0

#06 - #09: GUERRA SECRETA

Roteiro: BMB
Desenhos: Brent Anderson, Michael Lark.

“Ele é meu irmão. Eu não te conheço. Como nos conhecemos? Num jantar? Sabe como nossas vidas são perigosas? Em quão poucas pessoas podemos confiar?”




Um magoado e nervoso Wolverine ameaça fatiar Jessica Jones já nas primeiras páginas. O que levou a isso é uma das propostas desse arco, que aqui já comete o equivoco de deixar de ser um título da Jessica Jones, para ser mais um “derivado” das Mega Sagas. Tudo é uma conseqüência da “Guerra Secreta”, escrita também por BMB, cujo fruto mais duradouro cronológico, foi tirar Nick Fury do cargo de diretor da SHIELD. Aqui, os “fantasmas do passado” voltam a assombrar alguns dos heróis que nem suspeitavam da traição cometida por Fury na época. Com Luke Cage hospitalizado por um desses ataques, Jessica Jones luta para preservar tanto sua criança no ventre, quanto a própria sanidade tentando solucionar esse caso. A enfermeira Claire das séries Marvel / Netflix (suspeito que seja) tem uma participação especial aqui, bem como Punho de Ferro. Em dado momento, uma ótima trama se perde com uma entrada desnecessária da Hydra, e finaliza-se tudo com a célebre de sensação de “muito barulho por nada!”.



Nota: 5.6


#10: DINASTIA M

Roteiro: BMB
Desenhos: Michael Lark

“Eu pensei que tivesse morrido como um herói, com todas as glórias... Mas parece que morri como um idiota, sem nem saber quem puxou meu tapete. O que, sem dúvidas, é um saco, mas ai, eu acordei aqui!”


Um conto breve, com o Gavião-Arqueiro voltando da morte após “Vingadores: A Queda” (e pensar que Bendis se vangloriou por meses de “ser o cara que matou o Arqueiro!), se encontrando na utopia de “Dinastia M”. particularmente, nunca li esse “evento”, mas a breve explanação do Clint Barton me deixou instigado para conferir, embora NADA dessa saga deva ter perdurado até hoje, até ai, o calcanhar de Aquiles de todos esses “blockbusters anuais dos gibis”. Ponto para o escritor, que consegue “vender bem seu produto” em pouco mais que 20 páginas.

Nota: 7.0









#11 - #14: MEDOS

Roteiro: BMB
Desenhos: Michael Gaydos, Matt Rolingsworth, Vc´s Cory Petit



“Podem acrescentar ao rótulo “herói caído”, “herói fracassado”, mas ainda assim, herói. Mas e quanto ao indivíduo por dentro? E quanto a pessoa por de trás da máscara, que pode precisar da nossa ajuda em troca? A pessoa que precisa de ajuda, amigos e amor como qualquer um de nós? Quem vai ajudá-las quando as coisas não saem como deveriam? Quando a tragédia ataca?”


Novamente, a narrativa se divide em dois contos alternantes, embora o maior foco seja o de Jessica finalmente ser mãe, o que foca em Ben Urich e o “falso Demolidor” rouba facilmente a cena. Aqui, Bendis larga o desejo de “chocar” e fecha com chave de ouro em uma narrativa bastante sensível. Primeiramente por mostrar até certo ponto a apreensão que uma mulher pode sentir em ser mãe, ainda mais se tratando de uma com superpoderes, exposta a todo tipo de ameaça, isso enquanto pode ser taxada futuramente de”vagabunda” por “ter um filho fora do casamento”, mesmo no século XXI. E na outra, o roteirista parodiando o estilo de reportagem de massa “Por onde anda tal artista”, revela “por onde anda” um antigo personagem da editora chamado “Demolição”. É doloroso acompanhar o fundo do poço que um herói pode chegar, mesmo algum “de escalão Z”, ao tempo que dispara na cara do leitor uma pontual crítica sobre como só sabemos adorar nossos ídolos, quando eles estão no auge, sempre os cobrando sem nunca parar para ter real preocupação.




Nota: 8.0



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