Review Cinema: O VIZINHO – A FALTA DE PREOCUPAÇÃO EM INDENTIFICAR UM PROBLEMA EM POTÊNCIAL ANTES DESSE SE AGRAVAR?


     
     Ontem assisti a esse filme, e ele trouxe a tona uma questão que eu sempre me faço: Quais problemas nós podemos cortar de início, e quais não? A história do filme, é relativamente simples, infelizmente cotidiana e pelo menos a mim, prendeu até o final, apesar de algumas partes previsíveis, ou situações não mais aprofundadas (talvez pela intenção do diretor em não ultrapassar os 110 minutos propostos e manter a objetividade no roteiro);

     Eu já tinha visto o trailer desse filme ha anos atrás... Sempre me chamou atenção, principalmente nos últimos anos para cá... O filme nos faz pensar sobre quanto o perigo pode literalmente estar ao lado, e muitas vezes dependendo com o tipo de ser humano que estamos lidando, o quanto nossa diplomacia pode ser semelhante a submissão; Infelizmente o personagem de Samuel L. Jackson não é uma caricatura para servir a um filme de ação, é um mal que existe no meio de nós, pode ser seu pai, sogro,vizinho...

     Temos vagamente a ideia da história se tratar de um vizinho oficial de policia que começa a assediar moralmente um casal, apenas por não concordar com a união interracial deles (ele branco, ela negra), incutindo pânico e humilhando-os (principalmente ao marido)dia após dia, como uma forma de compensar a falta que sente da esposa (morta em um acidente de carro, onde o assassino pode ter sido ele)e uma autoimposta pressão no trabalho de policial que ele exerce a 28 anos.

     Primeiro ele chega se apresentando de uma maneira quase ofensiva ao vizinho, simulando um assalto, mas até ai tudo bem, é “brincadeira”, depois avisa ao mesmo que “escutar por um ano música de negro, não o fará negro”, e puxa brigas infantis por causa de poucas unidades de bitucas de cigarro jogadas na calçada, além de acender refletores toda madrugada bem em frente ao quarto do casal... Porém até ai tudo bem, é apenas um “cara preocupado com a vizinhança agindo”, e disso as coisas vão ficando mais intensas, até culminar em um ponto de ruptura onde apenas um dois vai ficar vivo. O filme nos faz pensar sobre que ponto vigilantismo se torna perseguição e real opressão, que ponto um conselho pode já estar se transformando em intromissão irritante ou até mesmo drástica na vida de alguém.

     Eu penso que muitos de nós já conheceram pessoas semelhantes a essa (espero que não no mesmo nível ou pior que o personagem do filme), eu mesmo já tive um sogro assim, pessoas leais e conselheiras a princípio, e com o passar do tempo se descuidarmos (e não sermos “paranóicos” o suficiente para cortar logo o mal pela raiz no começo) já somos subordinados daquilo, seja com medo de confronto, ou por querer ter uma visão otimista da situação, e são justamente esse tipos de comportamento que vai fazer com que sempre tenhamos pessoas passando por situações de perseguições severas como essas, até chegarem em situações limites que ilustraram as páginas policiais. O longa da um soco em uma área que os mais pacifistas entre nós sempre tentam omitir, em que na vida vão se chegar em situações em que se foge ou luta.

Nota: 5.6


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