UM DIA DE FÚRIA


Título nacional: Um Dia de Fúria
Título original: Falling Down
Ano: 1993
Dirigido por: Joel Schumacher
Roteiro: Ebbe Roe Smith
Produzido por:
Elenco: Michael Douglas, Robert Duvarll, Barbara Hershey, Frederick Forrest…
Idioma:Inglês
Legenda: Português (Br) -- Srt
Formato: MP4
Tamanho: 814 MB



 “Acontece que eu não quero almoçar, eu quero tomar café.”

Por mais que a afirmação aparente ter tons pífios e cotidianos de uma “criança rebelde”, ela é uma das frases chaves sobre a insatisfação crescente nas pessoas, seja por territorialismo, capitalismo desregrado, choque de culturas ou mesmo propagandas enganosas; Alguém mais cínico poderia descrever esse longa como “apenas” um ataque impendioso contra o “sonho americano”, quando se trata de algo além: da voz dos marginalizados – assim como muitos que também se marginalizam – disfarçado de um conto sobre um homem (Michael Douglas) perdendo a paciência por um dia, mas será se tratar de apenas um dia mesmo?
É engano tratar tudo que é assistido como um “surto individual”, mesmo o protagonista sendo um psicopata com problemas de administração de raiva, após o espectador ver novos cenários degrantes socialmente, provocações e ameaças dos que os habitam, seja por “cada pedaço de terra conquistado” – indo de parques “públicos” à um campo particular de golfe – vai ficando cada vez mais engraçado e incômodo as estruturas morais primitivas dos bairros, mesmos os mais desenvolvidos em recursos de qualidade de vida.
“Eu não sou economicamente viável” é outra máxima, a contradizer Tyler Dunder, o longa passa que você de fato é o seu emprego – a menos que se seja um rico insensato ou criminoso – ele define suas necessidades e conquistas, mesmo que momentâneas, e quando esse fio de marionete entre sua ocupação é cortada, vem a percepção de ter sido tragado e levado a descarte, uma sensação que alguns não perdoam, seria esse também o motivo para a fúria? Não totalmente, é algo ainda mais intricado.
Um contraponto sutil é o “antagonista” da trama, vivido por Robert Duvall, ele é uma representação da paciência e cautela na civilização, logo um tipo de comportamento tido como “fraqueza”, popularmente “falta de culhões”, como até o chefe do mesmo menciona “Eu não gosto de você, não confio em nenhum homem que não diz nenhum palavrão, nem mesmo um “droga”, é uma espécie de necessidade – não admitida – dos individuos em serem comandados com truculência; Uma realidade onde todos se esforçam para defender o que conquistou, utilizando o rancor como arma para qualquer um que se aproxime demais.



   O terceiro ato do filme coloca em xeque o que é a redenção, não só a quem a busca, mas a quem a propõe, afinal existe caminho que não será sem volta? O enredo insinua que não, além de por a bandeira dos Estados Unidos como elemento literal em todas as imagens, desde ela caindo no primeiro desentendimento com o operador de caixa coreano, ao “duelo” final, despedindo-se do público como um ator em uma peça. A cruzada urbana dirigida por Joel Schumacher acaba se enquadrando num anseio coletivo, a espera de alguém que se revoltará e golpeará as injustiças do dia a dia de forma radical, que pelo ciclo deverá ser derrotado e virar o caso da semana nos noticiários policiais. 

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Até o próximo.



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